segunda-feira, 29 de novembro de 2010

H2HC 7a Edição

Pela segundo ano consecutivo tive a honra de palestrar nesse que é um dos maiores eventos de Segurança de Informação do mundo. Dessa vez, aqueci as turbinas um pouco mais cedo, pois também ministrei um treinamento especial de dois dias sobre Advanced Disk Forensics, onde entupi a turma com clusters, tabelas de diretórios, milhares de atributos e inodes.

Como fiz no relato sobre o OWASP AppSec, não vou comentar sobre todas as palestras porque ando muito indisciplinado e não anotei os detalhes. Repito também que provavelmente farei injustiça a alguns, podendo deixar de comentar alguma coisa que com certeza foi bacana, mas como dizia um antigo chefe, quando reclamávamos de algo: "Quem foi que disse que a vida é justa ????"

Primeiro dia, Luiz Eduardo começou impressionando por levar um assunto bastante maduro. Comentou uma série de pontos que estão ocupando recorrentemente as listas de discussão brasileiras. Logo também pela manhã, recebi a missão de falar após o break. Precisei dar alguns golpes no datashow, que não se entendia de jeito nenhum com meu notebook, mas no fim, mostrei quem mandava ali: ele. Tive de trocar para o cabo HDMI e ficamos em paz. Minha palestra teve por base uma frase muito comum e bem conhecida por muitos peritos e investigadores em Computação Forense: "Sinto muito, não temos nenhum log disso aqui". Meu foco foi mostrar vários vestígios comuns, seja ao Sistema Operacional, ao sistema de arquivos ou mesmo a aplicações, que podem nos orientar e até mesmo servir como logs do que aconteceu na máquina. Acontece que me empolguei quando estava criando os slides e ao invés de uma apresentação, ao final eu estava quase que com um livro em PPT. Temendo que todos dormissem copiosamente durante a palestra, usei toda a psicologia aprendida na caserna e me apresentei como um irado Capitão do Bope, pronto para ensacar quem cochilasse (a manipulação da foto que fiz estava tão tosca que fiquei feliz por não ter de ganhar a vida com o Photoshop). No fim, acho que deu certo e fiquei com uma platéia de corujas. :D

Quem me sucedeu foi meu camarada Anchises, que fez a palestra mais divertida do evento, sobre SCADA, FUD e o vulcão cujo nome ninguém soube pronunciar. Nem mesmo o próprio Anchises, que acabou se esparramando ao chão quando tentou.
Também no primeiro dia tivemos a presença do meu camarada multimídia Nelson Brito. Mantendo o padrão das músicas maneiras e da apresentação do ano passado, Nelson mostrou os resultados de sua nova pesquisa (como é que esse cara consegue ser bom de design e bom de assembler ao mesmo tempo ??? :O). Nelson apresentou como conseguiu otimizar absurdamente a performance de algumas operações simples a tal ponto de dar uma nova cara ao que já estava batido Denial of Service. Quem não viu, perdeu.

Almoço, restaurantes no entorno completamente lotados e lá estou eu retornando muito atrasado para o auditório, descobrindo que perdi a palestra do Fernando Fonseca, que muito me interessava, e a do Anderson, que sempre dá show e conduz muito bem suas palestras (há quem diga que ele começou a palestrar na maternidade :D).

Segundo dia começou bem, Wagner Elias falando sobre o HTML5, Spooker sobre PDFs maliciosos, Matthieu Suiche sobre as ferramentas da MoonSols (que ele criou) para captura de RAM (incluindo formatos de dump do BSOD e mesmo arquivos de hibernação), Jeremy Brown mostrou alguns detalhes muito interessantes sobre SCADA e um dos franceses mais carioca que eu já vi, Jonathan Brossard, mostrou uns truques sujos atacando a memória.
No fim das contas, o evento arrebentou, a organização dos meus amigos Balestra e BSDaemon contou bastante para o sucesso dessa edição, que tirando eu, só tinha gente fera. Como sempre acontece, saio do evento achando que cada vez preciso estudar mais para entender onde estão os vestígios dessas técnicas. O que é bom, claro.

Alguém gostaria de acrescentar algo, ou mesmo comentar as palestras que eu perdi ?

Até o próximo post !

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