Esse é o título de um artigo muito interessante escrito pelo advogado e também Investigador Computacional Craig Ball.
De forma muito direta e clara, Ball entra nos aspectos do Cross-Examination, aquela famosa prática dos julgamentos americanos que todos já vimos em filmes. É no Cross-Examination que o perito computacional responde perguntas dos advogados de defesa e acusação, e o autor do artigo, bastante experiente nessas atividades, dá várias dicas excelentes.
Vou dizer por que estou falando disso aqui no blog, já que nossas leis são completamente diferentes e nosso sistema de julgamento é completamente diferente deles.
É que, ao ler um artigo tão interessante sobre esse tema, me dei conta de que não temos nada parecido (ou pelo menos nunca li nem fiquei sabendo) por aqui. Não temos nenhum artigo com foco a preparar os peritos, nenhum que fale de como fazer um bom relatório de perícia, ou ainda um texto que explique como transcorre o envolvimento do investigador Computacional com os trâmites legais. Só para exemplificar, há uma verdadeira confusão de conceitos quando se necessita realizar uma perícia litúrgica, seguindo alguns procedimentos com fins a levar o assunto à Justiça.
Vou um pouco mais além no exemplo. Imagine que você acabou de ser chamado para uma investigação em um servidor de uma empresa. O objetivo é levantar todas as evidências que comprovem intencionalidade no fato de um funcionário, às vésperas de sair da empresa, ter apagado vários conteúdos importantes do disco do servidor. A empresa espera, se confirmado a intenção, processar o ex-funcionário.
Você chega perto da máquina, está se preparando para entrar em ação, seu kit ferramentas está a postos para iniciar a captura de uma imagem forense e, de repente, você dá de cara com um mega storage. Respira fundo, vê que não há a menor chance de fazer imagem daquele monstro de Terabytes, e então se pergunta: E agora ? Faço o quê ?
Certamente que há respostas para isso. Se a investigação não fosse litúrgica, seria moleza ... Mas assim ...
Sei que temos contra nós o fato de não termos leis específicas, mas seria muito interessante que os advogados que já militam nessa área pudessem dar uma luz com temas como esses.
Fica aqui o pedido e o desafio de contribuirmos, todos, para a formação dessa nova ciência no nosso Brasil.
Abraços e até o próximo post !
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